No espaço entre o suor e as lágrimas,
está o mantra: eu vou conseguir.
Como combinado sigo com o plano de homenagear as
mães trazendo neste segundo artigo-gota breves histórias de mulheres que nos
orgulham e nos inspiram: mães atletas. Vamos ver que estas senhoras são antes
de tudo pessoas comuns que entraram no esporte de caso pensado, e outras, foi por
puro acidente. São, sem dúvida, mulheres as frentes de seu tempo, preocupadas
apenas em fazer o que sabem fazer de melhor. Veremos que o que nos torna
parecidos a estas super-mulheres é o fato de elas se dedicarem com tanto afinco a
superar as barreiras em suas modalidades, da mesma forma como nós pessoas
comuns nos dedicamos em superar nossos obstáculos do dia a dia. Afinal, obstáculos
são coisas postas ali para serem ultrapassadas. Então se delicie, são exemplos
extraordinários de garra, superação, vitória e amor.
Saltando para a Glória.
Maurren Maggi, mãe de Sofia, com o piloto Antônio Pizzonia, obteve a maior glória do
atletismo brasileiro conquistada por uma mulher, aliás, a primeira mulher
brasileira a conquistar uma medalha de ouro em uma prova individual e a
primeira mulher a ganhar um ouro no atletismo. Maurren Maggi surpreendeu o
mundo ao saltar 7.04 m e ficar em primeiro lugar no salto em distância. Uma
carreira recheada de conquistas: terminou duas vezes o ano como número um do
mundo no salto em distância: em 1999 (7,26 m) e em 2003 (7,06 m). Chegou a ser
a nona melhor atleta da história da modalidade, em 1999, à época do seu salto
de 7,26 m. Em 2008
foi homenageada com um monumento, em São Carlos, São Paulo.
Vislumbrando o futuro, em 2011, ingressou na Uniban (Universidade Bandeirante de São
Paulo), para iniciar o curso Tecnologia em Gestão Desportiva e de Lazer. Curso
voltado para a área da gestão do esporte.
Não há limites para quem persegue seu sonho.
A triatleta Fernanda Keller se dedica ao esporte há
25 anos e tem uma rotina de treinamentos diário de 8 horas, faça chuva ou faça
sol. É especialista em provas de longa distância, como o Ironman – 3,8km de
natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida, totalizando quase 10 horas de
esforço contínuo – Fernanda é a única atleta do mundo a participar 22 anos
consecutivos e terminar 14 vezes entre as 10 melhores atletas no Campeonato
Mundial desta competição, que sempre acontece no Hawaii. Atualmente se dedica
ao Instituto Fernanda Keller, uma Sociedade Civil sem fins lucrativos, que
desenvolve projetos sociais em Niterói desde Setembro de 1998. As atividades
abrangem mais de 5.500 crianças e jovens da população de baixa renda. Atende
uma média de 500 crianças, com idades entre 7 e 18 anos, em um projeto de
triathlon. As aulas são diárias e gratuitas e os alunos recebem merenda e
uniforme próprio para o esporte que praticam.
Uma vida toda dedicada à natação.
Aos dezessete anos, Maria Lenk foi a primeira mulher
sul-americana a competir em Olimpíadas, nos Jogos de Los Angeles, em 1932. Esteve
nos Jogos de Berlim – 1936. E em 1939, durante a preparação para os Jogos
Olímpicos de Tóquio, quebrou dois recordes mundiais individuais, nos 200m e
400m peito, a primeira e única brasileira a fazê-lo. Os planos para os Jogos de
1940 foram interrompidos por ocasião da Segunda Guerra Mundial. Ajudou a fundar
a Escola Nacional de Educação Física da Universidade do Brasil, atual
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi membro vitalício da Sociedade
Americana de Técnicos de Natação. Ainda hoje são dela os recordes mundiais de
masters, catalogados no Hall da Fama da Federação Internacional de Natação
(FINA) em 1988. Em 2003, após três anos de pesquisas, lançou o livro
Longevidade e Esporte. No Rio de Janeiro o Parque Aquático do Jogos
Pan-americanos de 2007 recebeu seu nome. Até os últimos dias de vida nadava
cerca de 1.500m / dia. Maria Lenk faleceu aos 92 anos de idade, por parada
cardiorrespiratória, após fazer o que mais gostava: nadar.
A harmonia entre a elegância e a força numa
só atleta.
Maria Esther Bueno foi sem dúvida o maior nome do
tênis brasileiro e um dos maiores do mundo. Para a paulistana não havia piso
ruim. Apesar de ter se formado em saibro, conquistou os quatro torneios do
"Grand Slam". Já na primeira vez em que disputou um campeonato na
grama, em Wimbledon, 1958, foi campeã de duplas ao lado da norte-americana
Althea Gibson. Conhecida intimamente como Estherzinha, a tenista até hoje é
homenageada nos Abertos de Wimbledon, na Inglaterra. Maria Esther venceu 17
Grand Slams (entre simples e duplas). Em Wimbledon foram três títulos de
simples e dois vice-campeonatos, nas duplas foram outros cinco títulos e um vice.
No US Open, foram quatro títulos de simples e três de duplas. Na década de 60,
muitos no Brasil não tinham ideia do que era Wimbledon e sua dimensão. Maria
Esther Bueno, com suas conquistas, levou o nome do país e do tênis brasileiro
para todo o mundo e cravou seu lugar na história do tênis mundial. Seu nome foi
incluído no Hall da Fama Internacional do Tênis.
É a presença do amor dentro e fora da quadra.
Fernanda Venturini é jogadora de voleibol do Brasil, considerada uma
das maiores levantadoras da história deste esporte. Começou a praticar
voleibol aos onze anos, por indicação médica, para corrigir um problema de
escoliose. A disciplina e o talento a levaram a conquista de mais de dez
medalhas em Olimpíadas, Grand Prix e campeonatos Mundiais, cinco delas de ouro.
Atuou em mais de quinze clubes no Brasil e no exterior sempre obtendo as
melhores colocações. Mãe de duas filhas, Fernanda Venturini completa 42 anos de
idade em outubro e quer dedicar seu tempo a acompanhar o crescimento de Júlia,
de dez anos de idade, e Vitória, de apenas dois. Ela também é dona de uma
franquia de academia. "O vôlei me deu a melhor coisa do mundo: um marido
maravilhoso, com o qual tive duas filhas lindas. Crianças precisam de mãe.
Agora vou tomar conta delas, estar mais tempo junto", explicou.
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